terça-feira, 4 de agosto de 2009

Pós Reforma

Pentecostalismo
É como se chama a doutrina de determinados grupos religiosos cristãos, originários no seio do protestantismo, que se baseia na crença do poder do Espírito Santo na vida do crente após o Batismo do Espírito Santo, através dos Dons do Espírito Santo, começando com o dom de línguas (glossolalia).

Origem

Os líderes da Missão de Fé Apostólica. Seymour está na fileira da frente, o segundo da direita; Jenny está na fileira de trás, terceira da esquerda.Para alguns o pentecostalismo moderno teve início em 1901, no Colégio Bíblico Betel, em Topeka, no Estado do Kansas, quando a fiel Agnes Ozman recebeu o carisma das línguas pela imposição de mãos do Pastor Charles Fox Parham. A dúvida inicialmente pairava se aquelas línguas eram línguas existentes (xenoglossia) ou desconhecidas (glossolalia).
Todavia, tradicionalmente, reconhece-se o início do movimento pentecostal no ano de 1906, em Los Angeles, nos Estados Unidos, na Rua Azusa, onde houve um grande avivamento caracterizado principalmente pelo "batismo com o Espírito Santo", evidenciado pelos dons do Espírito (glossolalia, curas milagrosas, profecias, interpretação de línguas e discernimento de espíritos, dentre outros).
No entanto, o batismo com dons do Espírito Santo não era totalmente novo no cenário protestante. Existem inúmeros relatos de pessoas que clamam ter manisfestado dons do Espírito em muitos lugares, desde Martinho Lutero (apesar de controversos quanto a veracidade) no século XVI até de alguns protestantes da Rússia, no século XIX.
Devido à projeção que ganhou na mídia, o avivamento na Rua Azusa rapidamente cresceu e, subitamente, pessoas de todos os lugares do mundo estavam indo conhecer o movimento. No começo, as reuniões na Rua Azusa aconteciam informalmente, eram apenas alguns fiéis que se reuniam em um velho galpão para orar e compartilhar suas experiências, liderados por William Seymour (1870-1922).
Rapidamente, grupos semelhantes foram formados em muitos lugares dos EUA, mas com o rápido crescimento do movimento o nível de organização também cresceu até o grupo se denominar Missão da Fé Apostólica da Rua Azusa. Alguns fiés não concordaram com a denominação do grupo.
Surgiram grupos independentes que emergiram em denominações. Também algumas denominações já estabelecidas adotaram doutrinas e práticas pentecostais, como é o caso da Igreja de Deus em Cristo.
Mais tarde, alguns grupos ligados ao movimento pentecostal começaram a crer no unicismo em vez da triunidade (trindade). Com o crescimento da rivalidade entre os que criam no unicismo e os que criam na trindade, ocorre um cisma e novas denominações nasceriam como a Igreja Pentecostal Unida (unicista) e as Assembléia de Deus (trinitária).

Antecedentes históricos

Pentecostalismo nos séculos II e III
Inácio de Antioquia 67-110 d.C. afirmou em sua carta aos filadelfienses (Inácio aos filadelfienses 7:01) que profetizou pelo Espírito: "Estando no meio de vós gritei, disse em alta voz, uma voz de Deus:'Permanecei unidos (...)'. Aqueles suspeitaram que eu disse isso porque previa a divisão de alguns, mas aquele pelo qual estou acorrentado é minha testemunha que eu não sabia através da carne. Foi o Espírito que me anunciou, dizendo: '(...), guardai vosso corpo como templo de Deus, amai a união, fugi das divisões, sede imitadores de Jesus Cristo, como ele também é do seu Pai". [1]
Em sua carta a Policarpo, ele também declara: "Quanto as coisas invisíveis, pode que te sejam manifestadas a ti, para que nada te falte e tenhas abundância em todo dom espiritual". [2][3]
Policarpo de Esmirna 70-160 d.C. teve uma revelação de Deus de como morreria. "Rezando, ele teve uma visão, três dias antes de o prenderem: viu seu travesseiro queimado pelo fogo. Voltando-se para seus companheiros, disse: 'Devo ser queimado vivo!'.[4]
Justino Mártir 110-165 d.C. em seu diálogo contra o judeu Trifo recorda que os dons do Espírito Santo, incluindo exorcismo, ainda estão em uso: "Recebendo uma vez o espírito de discernimento, outro um conselho, outro uma cura, outro de poder, outro de presciência, outro de ensino e outro de temor a Deus. Os dons proféticos permanecem conosco até o presente tempo. Para alguns (crerem) certamente em expulsar demônios, (...). Outros tem conhecimento daquilo que vai acontecer; eles tem visões e pronunciam expressões proféticas". [5]
Irineu de Lião 130-202 d.C.. “De igual modo nós todos ouvimos que muitos dos irmãos na igreja que têm dons proféticos, e que falam em todas as línguas por intermédio do Espírito, e que também trazem a luz os segredos dos homens para benefício dos homens, e que expôem os mistérios de Deus.”[6][7]
Tertuliano 160-220 d.C. ao falar de Marcião, declarou o seguinte: "Para provar o que os profetas têm falado, e não pelo sentimento humano, mas pelo Espírito de Deus, como aqueles que previram o futuro e revelaram os segredos do coração, que apresentam um salmo, uma visão, uma oração, que é apenas pelo Espírito em um extase, ou seja, em um rapto ou num arrebatamento toda vez que uma interpretação tem ocorrido.” Aparentemente Tertuliano descreveu parte da vida comum da Igreja Ortodoxa e recomendou buscar o dom do Espírito Santo de profecia.[8]

Pentecostalismo no século IV ao VI
Pacômio 292-348 d.C. depois de momentos especiais podia, sob o poder do Espírito falar os idiomas grego e latim que jamais havia aprendido.”[9]
Agostinho de Hipona 354-430 d.C. mencionou: “Fazemos todavia o que os Apóstolos fizeram quando impuseram as mãos sobre os samaritanos, invocando sobre eles o Espirito Santo. Mediante a imposição de mãos esperamos que os crentes falem em novas línguas.”[10]

Pentecostalismo no século VII ao XV
Simão o Novo Teólogo 949–1022 d.C. talvez o mais famoso cristão carismático da igreja Ortodoxa. Seus relatos declaram muitas experiências espirituais, isto inclue um 'batismo no Espírito Santo' acompanhado por dons de copiosos prantos, compunção, e visões de Deus.[11]
Embora não haja registros ou indícios de derramamento do Espírito Santo durante a Idade Média, alguns autores mencionam que o valdenses, albigenses, e os frades mendicantes, falaram em línguas na Europa Meridional.[12]

Pentecostalismo no século XVI a XIX
Jansenitas 1640-1801 fizeram parte de um movimento agostiniano radical na Igreja Católica Romana (seu adepto mais famoso foi o cientista e apologista francês Blaise Pascal), ficaram conhecidos pelos seus sinais e prodígios, dança espiritual, curas, e elocuções proféticas. Alguns dizem que falaram em línguas estranhas e interpretaram as línguas que lhes foram endereçadas.[13]
Serafin de Sarov 1759-1833 líder carismático da igreja ortodoxa russa, afirmou que o objetivo da vida cristã é a recepção do Espírito Santo. Serafim também é lembrado pelo dom de cura.[14]

Pentecostalismo na Reforma Protestante

Os Huguenotes 1559

Hugonotes foi o nome dado ao calvinistas da França, eles tinham experiências espirituais semelhantes aos das igrejas neo-pentecostais de hoje em dia. Em seguida, uma nota sobre os hugonotes:
Respeitando as manifestações físicas, há pouca discrepância entre os relatos de amigos e inimigos. As pessoas atingidas eram homens e mulheres, idosos e jovens. Muitos eram crianças com idades entre os nove ou dez anos. Eles emergiram do povo, disseram seus inimigos, da massa de ignorantes e sem cultura; sem poder ler e escrever, em sua maioria, e falando o jargão da província diariamente, que era a única coisa que poderia usar para falar. Tais pessoas caíam repentinamente para atrás e, permaneciam estendidas na terra, experimentavam contorsões estranhas e aparentemente involuntárias; seus peitos pareciam incharse e seus estômagos inflarse. Ao sair de tal condição, gradualmente voltavam a ganhar o poder da fala instantâneamente. Começavam, muitas vezes, com uma voz interrumpida por soluços e logo derramavam torrentes de palavras, clamores de misericórdia, chamados ao arrependimento, exortações aos espectadores para que parassem de frequentar as missas, admoestações à igreja de Roma e profecias relativas ao juízo vindouro. Da boca de crianças emergiam textos da Escritura e discursos em um francês muito bom e fácil de entender, um [francês] que nunca usavam quando estavam conscientes. Quando o transe terminava, declaravam que não se lembravam de nada do ocorrido de que haviam dito. Em raras ocasiões recordavam impressões vagas e gerais, mas nada a mais. Não havia aparência de engano, nem indicação de que ao pronunciar suas predições com relação a eventos futuros, tivessem alguma idéia de prudência ou dúvida tocante a veracidade do que haviam predito.

Os Huguenotes[15]

Quaker 1640

Um dos principais líderes desta igreja foi George Fox, que pregou uma mensagem sobre a nova era do Espírito Santo, ele em seu diário, diz o seguinte:
“No ano de 1648, enquanto estva sentado na casa de um amigo em Notinghamshire (porque desta vez o poder de Deus tinha aberto os corações de alguns para receber a Palavra de vida e de reconciliação), vi que havía uma grande fenda que passava por toda a terra, e um grande humo iba a medida que a fenda se abría caminho; después da fenda, ocorría uma grande terremoto. Esta era a terra que havía nos corações das pessoas, a qual tinha que ser sacudida antes que a semente de Deus fora levantada da tumba. E assim sucedia: pois o poder de Deus começou a sacudí-los e grandes ministrações de adoração eram conduzidas, de tal maneira, que poderosas obras do Todo-Poderoso eram realizadas entre os crentes para o assombro, tanto das gentes como dos sacerdotes.”[16]

Os Imãos Morávios 1700
Quando os cristãos hussitas foram perseguidos na Boêmia, encontraram em Dresden, Alemanha um refúgio no qual podiam procurar a Deus.
Em 1727 o conde Ludwig Graf de Zinzendorf começou a organizar aos crentes desta corrente cristã em uma única igreja. Durante o mes de júlio criou reuniões e vigílias de oração com os jovens, posteriormente encontrou um livro chamado “Ratio Disciplinae” o qual relatava como a igreja de Irineu se unía para buscar a presença de Deus. Os moravios dizem que o Espírito desceu sobre eles, e grandes sinais e maravilhas foram realizadas entre os irmãos naqueles días, prevalecendo uma maravilhosa graça entre si, e em todo o país."[17]

Metodistas 1700
John Wesley ex-anglicano e pai da igreja Metodista, considerava que a queda do pentecostalismo primitivo não se deveu unicamente a fé e a santidade que se haviam perdido de vista, senão aos homens ortodoxos, áridos e formais, que começaram a ridiculizar os dons que lhes faltavam, classificando a todos como, exibições de locura ou impostura, entre eles Constantino.[18]
Wesley, registra muitas histórias extraordinárias em seus diários, tais como a cura de pessoas, de animais, e do poder do Espírito Santo através da oração.[19]
As igrejas metodistas, foram o caminho para preparar o recebimento do Espírito Santo nos crentes, pois a sua pregação se baseava na santidade, consagração e a salvação por graça, ensinamento que as igrejas pentecostais têm como de grande importância para receber o Batismo no Espírito Santo.[20]

Pentecostalismo moderno

O Grande Despertamento
Grande Despertamento
Primeiro (c. 1730–1755)
Segundo (c. 1790–1840)
Terceiro (c. 1850–1900)
Quarto (c. 1960–1980)
O Grande Despertamento foi um fenômeno espiritual que impactou a Inglaterra e Estados Unidos entre os anos 1735 e 1750. Durante este período hubo grandes pregadores que influênciaram o pentecostalismo moderno.
George Whitefield 1714-1770. Ministro que aos 21 anos foi ordenado para pregar na Inglaterra. Llegó a Estados Unidos por mais de 9 ocasiões ensinando desde Georgia hasta Nova Inglaterra.[21]
Jonathan Edwards 1703-1758. Aos seus 19 anos começou a pregar numa igreja em Nova Iorque, depois foi ministro numa igreja de Yale e em 1726 foi pastor associado da igreja de Northampton, Massachusetts, donde seria pastor por mais de 25 anos, sendo uma das pessoas mais importantes do Grande Despertamento. Se diz que quando foi pregar em uma vila, as tabernas quebraram vazías e durante seus cultos ou reuniões, as pessoas gemíam e choravam devido as pregações.[22]
Charles Finney 1792-1875. Foi o ministro Pentecostal mais proeminente e representativo dessa época, realizava grandes atividades evangelísticas. Implementava práticas metodistas dentro de igrejas presbiterianas e congregacionalistas. Pregava pontos wesleyanos como a santificação, e a perfeição cristã dada únicamente pelo Espírito Santo.
Dwight L. Moody 1875. Ministro Pentecostal que pregava na cidade de Chicago e de Nova Iorque, mencionou numa ocasião que tinha uma especial investidura de poder do alto, um batismo claro e inequívoco do Espírito Santo.[23]

Pentecostalismo Histórico
Se chama pentecostalismo histórico (moderno), o conjunto de igrejas cristãs que empezaron a sentir a presença do Espírito Santo e a praticar a glossolalia. Veja abaixo a sua descrição:

Movimento de Santidade
Foi um movimento que dava muita ênfase no que ahora mesmo e sencillamente pela fé, é possível obter a inteira santificação, ou perfeição cristã através do Espírito Santo. A partir de 1840 se empezó a pregar sobre o batismo no Espírito Santo, seu principal contribuidor foi John Morgan, o qual escreveu: “O dom do Espírito Santo, em sua plenitude pentecostal, não devia restringir-se a igreja apostólica; é o privilégio compartilhado por todos os crentes.

Igreja de Deus de Cleveland
Kittim Silva comenta que no ano de 1846 uns cem crentes foram batizados com o Espírito Santo na Carolina do Norte, falando em novas línguas. Eles perteneciam a um grupo religioso chamado União Cristã, Igreja de Santidade e em 1907 mudaram para Igreja de Deus. Esta igreja é conhecida como Igreja de Deus de Cleveland, por ser o lugar donde adquiriu mais força.[24]

Pentecostalismo Clássico
O Pentecostalismo clássico é o que começou em 1901 entre cristãos que se reuníam na rua Azusa em Los Angeles, EUA e que num princípio unia as igrejas pentecostais numa única organização cristã. É a corrente pentecostal mais grande entre todas as demais, pois está conformada por organizações religiosas que se formaram naqueles anos e mantém manifestações espirituais e doutrinas similares.[25]

Crença
Visão greal


Teologicamente, muitas denominações pentecostais estão alinhadas no Evangelicalismo, de onde provém sua enfase na segurança da Bíblia e na necessidade de transformação de vida através da fé em Jesus. Pentecostais geralmente aderem a doutrina da Inerrância bíblica, acreditam que a Bíblia é a autoridade final em matéria de fé, adotando uma interpretação mais literal da bíblia. Sua crença é expressa em estatutos doutrinais de várias organizações, como o Estatuto das Assembleias de Deus de Verdades Fundamentais, a Afirmação de Fé da Igreja de Deus em Cristo, e a Declaração de Fé da Igreja do Evangelho Quadrangular.

Santidade e Alta Vida Pentecostal
A teologia pentecostal foi formada por movimentos de fora da: santidade wesleyana, também conhecido como Pentecostalismo de Santidade, e Alta Vida. Os participantes destes movimentos acreditam que unicamente após a experiência de conversão (a "primeira benção") é que podiam ter uma “experiência de santificação” ou a "segunda benção".[26] A santidade wesleyana ensina que esta experiência deve eliminar imediatamente o pecado em uma vida cristã, resultando na “perfeição de pureza.” Cristãos de Alta Vida compartilham dessa crença em uma segunda benção, porém entendem isso de modo diferente. Eles dizem que nem a total eliminação do pecado, mas que a "consagração plena que empodera eles ao evangelismo." Os primeiros pentecostais, portanto, entendem Batismo no Espírito Santo como essa "segunda benção" e falar em línguas como sua evidência física.[26] A orientação de santidade wesleyana teve uma posiçaõ universal nos primeiros dias do esposamento do Pentecostalismo a terceira dobra do processo de conversão, santificação progressiva, e batismo no Espírito Santo.[27]

Obra Plena
Na primeira década do século 20, surgiu a controvérsia sobre uma nova doutrina, Finished-Work, que difere da santidade-Wesleyana e da alta vida pentecostal. A doutrina da Obra Plena professa uma dupla experiência de conversão e de batismo no Espírito, já que a santificação é mais vista como progressiva que instantânea e eles assumem que o batismo no Espírito é a evidência do segundo trabalho (ou segunda benção).

Salvação

Refletindo suas influências metodistas, a soteriologia pentecostal é geralmente mais arminiana que calvinista.[28] Isso inclue ser nascido de novo ou ser regenerado, é o requerimento fundamental do Pentecostalismo. Muitos pentecostais acreditam que a salvação é um dom recebido por graça através da fé em Jesus Cristo.

Denominações e ligações

Com um número estimado de 115 milhões de seguidores no mundo em 2000, o pentecostalismo é classificado como a "terceira força do cristianismo."[29] Pentecostais e igrejas carismáticas têm crescido rapidamente em muitas partes do mundo.[30][31] A grande maioria dos pentecostais estão em países em desenvolvimento embora muitas das suas lideranças internacionais estejam na América do Norte. O movimento desfruta hoje de uma grande onda no hemisfério sul, que inclue África, América latina, e muito da Ásia.[32][33] One reason for this growth is Pentecostalism's appeal to the poor.[34] Conforme o relatório das Nações Unidas, o movimento é "o mais bem sucedido em recrutar membros da classe pobre."[35]
Em 1998, existiam 11,000 denominações pentecostais ou carismáticas diferentes pelo mundo. A mais ampla denominação pentecostal no mundo, as Assembléias de Deus, tem aproximadamente 57 milhões de seguidores pelo mundo.[36] A Igreja de Deus (Cleveland, Tennessee) tem uma membresia de mais de 6 milhões,[37] a Igreja de Deus em Cristo tem uma membresia de 5.5 milhões,[38] A Igreja do Evangelho Quadrangular tem 5 milhões de membros, a Igreja Internacional Pentecostal Unida tem uma membresia de mais de 4 milhões,[39] and the Igreja Internacional Pentecostal de Santidade tem mais de 3 milhões de membros.[40]
Hillsong Church, uma mega igreja pentecostal em SydneyAustralia.A maior igreja pentecostal no mundo é a Yoido Full Gospel Church na Coréia do Sul. Fundada por David Yonggi Cho em 1958, ela possui 780,000 membros em 2003.[41] A enorme igreja australiana, Hillsong, tem uma membresia de 19,000 e suas canções são cantadas nas igrejas pelo mundo a fora.

Pentecostalismo Brasileiro
O Pentecostalismo chegou ao Brasil em 1910, com a vinda do missionário Louis Francescon, que atuou em colônias italianas no Sul e Sudeste do Brasil (realizando em 1910, o primeiro batismo de orientação pentecostal em solo brasileiro com a conversão de 11 almas), originando a Congregação Cristã no Brasil em Santo Antônio da Platina - Paraná). Em 1911 Daniel Berg e Gunnar Vingren, iniciaram suas missões no Pará e Nordeste, dando origem a Assembléia de Deus. Francescon, Berg e Vingren tiveram matriz pentecostal comum, ao receberem as novas doutrinas na Missão de Fé Apostólica conduzida pelo Pastor William H. Durham, ex-pastor batista, em Chicago, Illinois.
O movimento pentecostal pode ser dividido em três ondas. A primeira, chamada pentecostalismo clássico, abrangeu o período de 1910 a 1950 e iniciou-se com sua implantação no país, decorrente da fundação da Assembléia de Deus e da Congregação Cristã no Brasil até sua difusão pelo território nacional. Desde o início, ambas igrejas caracterizam-se pelo anticatolicismo, pela ênfase na crença no batismo no Espírito Santo e por um ascetismo que rejeita os valores do mundo e defende a plenitude da vida moral e espiritual.
Em 1932, foi organizada a Igreja de Cristo no Brasil em Mossoró (Rio Grande do Norte). Segundo o sociologo Alexandre Carneiro, a Igreja de Cristo no Brasil seria a primeira denominação pentecostal organizada por Brasileiros. A Igreja de Cristo divergiu das demais igrejas pentecostais da primeira onda ao seguir o dogma da "eterna segurança" mais conhecida como Perseverança dos santos. Esta também defende que o cristão recebe o batismo do Espírito Santo no momento da conversão e não como segunda benção seguida de dons de línguas.
Segundo SOUSA (2007), entre as igrejas da primeira onda encontra-se a Missão Evangélica Pentecostal do Brasil, fundada em Manaus em 1939, de origem americana, mas que atualmente atua de forma independente, com direção nacional e credo baseado no Pentecostalismo Clássico, de característica moderada quanto à questão de usos e costumes.
A segunda onda começou a surgir na década de 1950, quando chegaram a São Paulo dois missionários norte-americanos da International Church of The Foursquare Gospel. Na capital paulista, eles criaram a Cruzada Nacional de Evangelização e, centrados na cura divina, iniciaram a evangelização das massas, principalmente pelo rádio, contribuindo bastante para a expansão do pentecostalismo no Brasil. Em seguida, fundaram a Igreja do Evangelho Quadrangular. No seu rastro, surgiram Igreja Pentecostal Unida do Brasil, O Brasil para Cristo, Igreja Pentecostal Deus é Amor, Casa da Bênção, Igreja Unida, Igreja de Nova Vida e diversas outras igrejas pentecostais menores como a Igreja Presbiterial Pentecostal dentre outras.
A terceira onda, chamada de Neo-Pentecostalismo, teve início na segunda metade dos anos 70. Fundadas por brasileiros, as mais antigas são a Igreja Universal do Reino de Deus (Rio de Janeiro, 1977), liderada pelo bispo Edir Macedo, e a Igreja Internacional da Graça de Deus (Rio de Janeiro, 1980), liderada e fundada pelo missionário R. R. Soares, ambas presentes na área televisiva com seus televangelistas. Posteriormente, temos o surgimento da Renascer em Cristo (São Paulo, 1986) e da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra (Brasília, 1992). De um modo geral, utilizam intensamente a mídia eletrônica e aplicam técnicas de administração empresarial, com uso de marketing, planejamento estatístico, análise de resultados etc. Algumas pregam a Teologia da Prosperidade, pela qual o cristão está destinado à prosperidade terrena, rejeitando os tradicionais usos e costumes austeros dos pentecostais. O neopentecostalismo constitui a vertente pentecostal mais influente, a que mais cresce e também a mais liberal em questões de costumes.
Além das grandes denominações pentecostais, existem hoje centenas de "ministérios independentes" ou novas denominações surgindo anualmente no Brasil e no mundo.
Paralelamente ao Pentecostalismo, várias denominações protestantes que eram tradicionais experimentaram movimentos internos, com manifestações pentecostais. Assim foram denominados "Renovados", como a Igreja Presbiteriana Renovada (originária da IPB), Convenção Batista Nacional (originária da CBB), Igreja do Avivamento Bíblico (originária da IMB), Igreja Cristã Maranata (originária também da IPB) e a Igreja Adventista da Promessa (originária da Igreja Adventista do Sétimo Dia).
Nos anos mais recentes a doutrina de renovação do Pentecostalismo ultrapassou até mesmo as fronteiras do Protestantismo, surgindo movimentos de renovação pentecostal Católica Romana e Ortodoxa Oriental, como a Renovação Carismática Católica que teve sua origem por Padres influenciados por Pastores e literaturas pentecostais.

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